terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Futebol, mulher e rock 'n roll

Como diziam os doutores lá do pecado, futebol, mulher e rock 'n roll !
Analisando essa pérola e trazendo pros objetivos do Musicabillia, me pus a pensar o quão bom era tudo isso tempos atrás. Então, como dizia o velho Jack... "Vamos por partes!".
Futebol. Vai começar tudo de novo! Neguinho se descabelando pelo seu time do coração. Insultos, provocações apaixonadas e irracionais por toda parte. Enquanto isso, futebol mesmo que é bão, nada...
Que saudades dos jogos que presenciei nos anos 80, onde verdadeiros jogadores e craques apaixonados nos presenteavam com jogos antológicos. Vi de perto uma geração de ouro jogar - Reinaldo, Éder Aleixo, Zico, Júnior, Andrade, Cerezo, Baltazar, Adílio, Luisinho, Falcão, Sócrates, Paulo Isidoro, Roberto Dinamite, só pra citar alguns. Assistia pela TV, ia muito mais vezes ao campo e ainda tinha referência de craques de outra geração como Luís Pereira, Ademir da Guia, Rivelino, Pelé e tantos outros. Jogadores polêmicos e inteligentes, criadores de caos e de casos, transgressores únicos: Paulo César Caju, Serginho Chulapa, Mário Sérgio e Renato Gaúcho. Jogavam por que amavam o futebol. Dava pra sentir no ar.
Futebol não era uma profissão - muito pelo contrário. Era sim a última das opções no caso de você não conseguir ser médico, engenheiro ou dentista. Marginal. Nos dias de hoje, é investimento. Pais, mães, tias - a familiada toda já compra uniforme, dvds de times e uma redondinha pro pirralho quando ele faz a primeira primavera - "Vai meu filho, vai virar jogador famoso, vai!".
2014, o ano da copa no Brasilzão e o que vemos hoje é um bando de pseudo-jogadores bem intencionados (principalmente com sua conta bancária) mas sem nenhuma categoria com a redonda. Desembestados e com o preparo físico exagerado, ostentam seus cabelinhos moicanos e seus ouvidores de funk. Se preocupam demais com a tal da imagem. Dentro de campo, quem ousa dar um drible mais bonito, um chapéu no adversário ou faz um gol de calcanhar, é caçado pelos adversários acusados pela inquisição das quatro linhas de não estar praticando o tal fair play. Ah, vá....

Foto: galoparasempre.blogspot.com

E a mulher? Que saudades da Amélia que era mulher de verdade, da mulherada que era mulher de verdade, e de um tempo em que padrão feminino de beleza era ser simplesmente "mulher".
Bons tempos da Status, Ele & Ela, revistas de mulher nem tão pelada assim. Homenageávamos elas sim, e a toda hora: mulheres normais, com peitos, bundas, cabelos e pernas de carne e osso. Comentávamos sobre as diferenças e as preferências de cada um. Os peitos pequenos da Carla Camuratti, a exuberância da Cotrofe e da Torloni, o jeito de ninfeta da Vendramini, Cláudia Ohana e sua selva, e a sensualidade natural de la Brunet e Monique.
As de hoje, parecem saídas de uma linha de produção em série. Todas muito bem siliconadas, cabelos artificialmente lisos e com os mesmos apliques. Glúteos lordosamente empinados e exagerados. E as vozes? Que mêda! Num timbre quase de caminhoneiro, disparam imbecilidades, futilidades e nada acrescentam para ninguém, a não ser para os diretores e apresentadores dos programas que promovem as mesmas.
Se pararmos um pouco para pensar, são frutas bizarras e espécimes estranhíssimos.
Padrão de uma geração onde todas têm de ser a mais bonita, a mais forte, a mais sexy, a mais isso e a mais aquilo. Na verdade são só uma caricatura mal feita, exagerada e distorcida, de um passado mais inocente e menos apocalíptico.

Foto: site Mercado Livre


E o tal rock and roll?? Ah, esse vai muito bem, não é? Será?
Um dos álbuns mais comentados do ano que passou foi "13" do Black Sabbath, que na sequência saiu em turnê mundial chegando a esbarrar em nossos portões num show memorável e magistral. Deep Purple, Kiss, AC/DC, Metallica, Iron Maiden, Van Halen, Whitesnake e tantos outros ainda na ativa e carregando a bandeira da competência. Paul McCartney  e Elton John deram aula por aqui, Bowie assombrando e causando de novo mundo afora, Townshend e Daltrey ainda cantando sobre os sonhos de uma terra adolescente perdida. E muitos e vários outros de uma inspirada geração de ouro que ainda nos presenteiam com sua longevidade e perseverança. Mas pera aí.. Todas estas bandas e artistas que citei já estão pra lá dos 50 e a muito...De vez em quando nos assustamos com uma notícia destes e outros enfrentando doenças no caminho natural da vida. E outro dia, a ficha caiu - um amigo comentou que ficava se perguntando quem iríamos ouvir ou ver quando essa geração finalmente acabasse. Teríamos os registros em áudio e vídeo, mas e os shows? Única é a emoção de se estar frente a frente com um Ozzy, um Halfrord ou um Bruce (Dickinson ou Springsteen, tanto faz... são ambos monstros!)? Os arrepios e a pressão sonora e que sentimos ao ouvir de perto uma guitarra de um sr. Angus Young ou os graves de um sr. Butler estão sim com os dias contados. E aí, meus caros leitores... acabou! Já era.
Ou será que alguém ainda tem esperança em bandas mega produzidinhas como as gringas Avenged Sevenfold e Ghost que estiveram por aqui ano passado e até causaram boa impressão neste que vos escreve. Mas não dá nem para começar a comparar né! E por aqui em terras brasucas a situação é mais preocupante ainda. Não vejo nada muito impressionante e animador, nem no metal, muito menos no tal rock Brasil, infestado de NXs, CPMs e outros pseudo revoltadinhos por aí. Sem falar nos MCs, DJs, breganejos e pagodinhos que poluem as rádios e os poucos veículos de divulgação ainda disponíveis.

Arrependei-vos pois, meros mortais! Futebol, mulher e rock 'n roll... É o começo do fim!


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