segunda-feira, 27 de maio de 2013

Rock Never Stops: E o Rock nunca para em BH !

Se preparem!
As férias de julho em nossa capital das alterosas prometem. A já famosa festa Rock Never Stops trará, no dia 14 Sebastian Bach e BIG NOIZE, e no dia 27 o super trio THE WINERY DOGS.
Como o nome mesmo diz, o rock nunca para. Foi com esse intuito e paixão que os irmãos Cris Simões e Flávio"Jagger" Simões, juntamente com os amigos rockeiros Expedito Filho e Mark Paladino, criaram o evento/festa e já trouxeram à estes palcos nomes de peso do hard rock mundial como Kip Winger, Jeff Scott Soto e Chris Slade.
Cabe aqui um parênteses - conheço os três, Flavinho, Cris e Expêto, desde muitos anos, quando este que vos escreve era um dos donos de uma lojinha de CDs que fez estória nos anos 90 na Savassi. Os caras eram fregueses assíduos e desde aquela época, rockeiros inveterados! Também já toquei em mais de um projeto com o Cris nos teclados, sempre "trombando" com todos eles em vários eventos de rock em BH.
Ou seja, os caras gostam, entendem e vivem o rock and roll!
E esta iniciativa de trazer ícones do hard rock para nossas sêcas praias não poderia ser mais do que celebrada!

Sebastian Bach é um cara que dispensa maiores apresentações. Polêmico frontman de uma das bandas mais cultuadas da segunda geração da farofa americana- o Skid Row, e dono de uma carreira solo de respeito, o cara chega liderando um quarteto chamado Big Noize. Aproveitando a farra do atual mercado brasileiro para shows internacionais e pequenos hiatos em suas respectivas carreiras, George Lynch (Dokken, Lynch Mob), Phil Soussan (Ozzy Osbourne) e Vinnie Appice (Black Sabbath, DIO, Heaven and Hell) estarão, juntamente com Bas, tocando alguns dos maiores sucessos de suas bandas e outros clássicos do heavy metal e hard rock internacional. Todos quatro, sem exceção, gravaram álbuns básicos e são de uma geração marcante e referência para qualquer um que acompanhou o fenômeno do hard rock nos anos 80. É só ouvir ou lembrar de "Youth Gone Wild", "Shot in the Dark", "In my Dreams", "The Mob Rules", entre várias outras.


Fonte: site oficial

Duas semanas depois e no mesmo local é a vez do The Winery Dogs. Quando ouvi falar da banda pela primeira vez, achei que, pelo nome, seria uma dessas bandas inglesas dos anos 2000 e tantos, modernosas e chatas. Ops, falha nossa.
Billy Sheehan, Richie Kotzen e Portnoy. Como assim?
Não dá para se esperar nada menos do que o  melhor álbum e show que ouviremos e veremos neste ano de 2013. Lembro-me como se fosse ontem, meados dos anos oitenta, quando Dave Lee Roth abandou o Van Halen para se lançar em carreira solo e recrutou Steve Vai e Billy Sheehan para humilharem no quesito cordas em sua banda. Quando vi pela primeira vez o video de "Yankee Rose" pensei em aposentar meu baixo e nunca mais tocar - mas de lá pra cá, eu, e toda uma geração de baixistas, não fizemos outra coisa a não ser admirar o talento transgressor do senhor Billy. Talas, Mr.Big, Niacin e inúmeros outros projetos reforçam o que todos já sabem há anos: Billy Sheehan é sem dúvida o maior baixista de rock dos últimos tempos!
Junto a ele e vindo de uma mesma época, em que virtuosos guitarristas pipocavam na América, um tal Richie Kotzen canta e compõe de forma mais que competente além de respeitadíssimo nas seis cordas. É só dar uma conferida no currículo do cara: Greg Howe, Poison, Mr. Big e Stanley Clarke, entre vários outros projetos e participações em coletâneas e tributos. Um dos registros mais legais na extensa carreira de Kotzen é o álbum de 1994, chamado "Mother Head's Family Reunion". Clássico e recomendado!
E o que dizer do sr. Portnoy? O cara é um dos melhores bateristas de uma nem tão nova geração assim. Alguns puristas e fãs não vão gostar do que vou dizer, mas ainda bem que ele sartou fora do Dream Theater. Nunca tive muita paciência pros caras e saí no meio do show deles ano passado aqui no Chevrolet Hall. E deixar um cara como Mike Portnoy "preso" a uma banda ou projeto é até sacanagem. Desde que abandonou o teatro lá já tocou com Avenged Sevenfold, Liquid Tension Experiment, Transatlantic, Neal Morse, OSI, Flying Colors, John Arch, Adrenaline Mob, e agora o Winery Dogs.
Ou seja, o cara não para quieto. Bom para nós!

Fonte: site oficial 

E enquanto vou aqui rabiscando, no fone do PC tá rolando The Winery Dogs, o álbum. Candidato a melhor álbum de 2013, os caras mandam um hard rock com pitadas setentistas e com muito, muito groove. Talvez até pela voz rouca e pela pegada bluesy de Kotzen fique mesmo essa impressão. Mas é hard rock puro, e de altíssima qualidade. Ouçam "Desire", "Elevate", "I'm no Angel" e "We are One", só para começar.
E "Regret", que fecha o álbum, é uma balada blues daquelas que são candidatas ao pódio!
Dá para pensar em perder um show desses?

Isso mesmo, meu povo..ali mesmo no Santa Efigênia, no Music Hall, bem pertinho.
E então... agora é economizar na cerveja nossa de todo dia e garantir os ingressos. Imperdível, não?


Para maiores informações sobre os shows, acessem os links:
https://www.facebook.com/events/542523835793431/?fref=ts
https://www.facebook.com/rockneverstopsbh?fref=ts
https://www.centraldoseventos.com.br/comprar/big-noize-14-de-julho

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Rockviews: Deep Purple - Now What?!

Deep Purple é uma banda que poderia, muito bem, viver o resto dos seus dias apenas tocando seu imenso material já existente em turnês, sem nenhum tipo de obrigação de lançar algo novo. Sendo assim, podemos concluir que a banda tem o privilégio de gravar o que quiser e quando quiser, sem nenhum tipo de pressão. Levando tudo isso em consideração, não haveria sentido algum em fazer mais um álbum apenas para compor a discografia, que não acrescentasse nada novo. Oito longos anos após "Rapture of the Deep", o Purple diz "Now What?!". E vou lhe dizer, jovem, você pode até não gostar deste álbum, mas nunca poderá dizer que estilo "sopa rala de chuchu", aquela coisa sem graça e previsível, que não incomoda, mas também não acrescenta nada. Após todos estes anos, é impressionante ver quantos novos elementos foram explorados, quantas experiências e sons inesperados existem aqui. Os vovôs realmente resolveram surpreender e partir para uma nova aventura. 

A produção foi feita pela lenda Bob Ezrin, que fez um trabalho mais limpo do que o geralmente encontrado nos álbuns do Purple, mas é algo extremamente bem feito. A voz de Gillan não é mais a mesma a muitos anos, mas a produção de Ezrin ajudou muito a torná-la ainda muito bonita de ouvir. A própria banda diz que o álbum é dedicado ao fenomenal Jon Lord, que morreu de câncer no pâncreas em 2012, então era de se esperar um destaque especial aos teclados. Portanto temos aqui um Don Airey sem freios, com longos solos e uma profusão de sons dos mais variados como ainda não havíamos visto no Deep Purple, para o bem e para o mal. Os fãs "Die Hard" da banda devem ficar maravilhados, mas outros podem pensar que existe certo exagero, ao ponto de ficar cansativo. Quem brilha mesmo em "Now What?!" é o fantástico Steve Morse. Após amadurecer na banda, Morse consegue unir seu estilo mais ousado com o clássico do Purple, sem exageros, mas também sem se conter. Os solos são longos, mas sempre indispensáveis, unindo técnica apurada ao bom gosto, carregados de sentimento. 

Alguns críticos afirmaram que este álbum seria algum tipo de sucessor do clássico "Machine Head", mas esqueça isso. É exagero puro e simples, não existe cabimento em fazer qualquer tipo de comparação. Coloque este tipo de bobagem de lado,  ouça "Now What?!" sem preconceitos e terá várias surpresas ao longo da sua audição. Mesmo que não goste de todas elas, não há como deixar de admirar a criatividade e todo o empenho neste belo trabalho feito por um dos maiores "dinossauros" da história do rock.




DEEP PURPLE
NOW What ?!
© 2013 earMUSIC 

Tempo: 60:11 min
Data de Lançamento: April 26, 2013
Tracklist
1. A Simple Song
2. Weirdistan
3. Out Of Hand
4. Hell To Pay
5. Bodyline
6. Above And Beyond
7. Blood From A Stone
8. Uncommon Man
9. Après Vous
10. All The Time In The World
11. Vincent Price
12. It’ll Be Me 
 
Line-up
Ian Gillan (vocais)
Steve Morse (guitarra)
Roger Glover (baixo)
Ian Paice (bateria)
Don Airey (teclados) 



Assista aqui em primeiríssima mão ao vídeo de "Vincent Price!"

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Rockviews: Queensryche - Frequency Unknown

Por Leonardo Santos

Tudo bem, um monte de confusão na história deste álbum. Tudo parece ter estourado, curiosamente, no nosso amado Brasil, em um show realizado em 14 de abril de 2012, São Paulo, quando, furioso com a demissão da sua esposa (empresária da banda) e sua filha de criação (presidente do fã clube), Geoff Tate partiu para agressão física e "cuspidas" (é, deste nível) contra o baterista Scott Rockenfield e o guitarrista Michael Wilton da banda Queensryche. Cansados dos surtos do vocalista, os outros membros fundadores, Rockenfeld, Wilton e Jackson, decidiram colocar o turbulento Tate no olho da rua. Houve, então, uma disputa judicial sobre quem teria o direito de utilizar o nome "Queensryche"  e o resultado foi que, até a próxima audiência judicial agendada para novembro deste ano, as duas partes poderão fazer uso do nome. Então podemos ter duas bandas chamadas Queensryche e com mesmo logo?! Yeah, isso aí! Bem vindo à bagunça!

O que aconteceu depois foi uma corrida de Tate para lançar seu álbum, já que o outro Queensryche já anunciara a contratação de Todd la Torre (Crimson Glory) para os vocais e um novo trabalho. Para isso, Geoff convidou um time de músicos talentosos e consagrados, que inluia o ótimo guitarrista Glen Drover (Megadeth, King Diamond), depois substituído por Robert Sarzo. O interessante é que o motivo para saída de Drover foi o fato de que o guitarrista afirmou esperar algo na linha dos cinco primeiros álbuns do Queensryche e disse não estar contente com os rumos definidos por Tate. Pois é....
Para vencer a corrida, o álbum foi escrito por seis músicos (!!!): o próprio Tate, Jason SlaterLukas Rossi, Randy Gane, Martín Irigoyen e Chris Cox. O resultado foi que, em apenas seis semanas, Frequency Unknown já estava pronto. Questionado sobre o motivo de tanta pressa para o lançamento, Tate disse que foi para coincidir com as datas das turnês. Acredite... se quiser. A capa é mais uma provocação, mostrando um punho fechado e a abreviação F.U., uma sigla comumente utilizada para Fuck You. Nem o próprio Tate teve cara de pau suficiente para negar o propósito. 
Após toda esta novela, podemos falar do álbum em si. Vamos começar pela produção.... praga, esqueci de mais essa! O álbum foi produzido por Jason Slater, que havia produzido os últimos três álbuns do Queensryche. Aparentemente, as críticas e o próprio Tate não ficaram totalmente satisfeitos com a produção e um novo álbum, remixado, foi lançado. Acontece que as cópias anteriores não foram recolhidas e foram comercializadas, então temos duas mixagens diferentes para este mesmo álbum! Segundo a gravadora, isto dá ao cliente o direito de escolher qual som lhe agrada mais, uma "boa vantagem". Deus nos acuda! Mas o fato é que a produção está bastante decente e não vi mesmo nada de errado. Nada brilhante, mas está na média dos lançamentos das grandes bandas de metal. Para dar mais peso ao lançamento, temos vários convidados. Nos solos de guitarra e produção, colaboraram K. K. DowningChris PolandTy TaborBrad GillisDave Meniketti (este cara é bom!) e Chris Cannella, enquanto que Nina Noir fez vocais de apoio. Além disso, para a gravação de várias músicas, foram utilizados músicos de estúdio ao invés da banda anunciada por Tate. Tudo em nome do prazo.

Você deve estar pensando que, de toda esta confusão e "mexidão" de músicos, não pode sair nada bom. Verdade, não pode. F.U. é um álbum que não tem absolutamente nada a ver com o que o Queensryche já fez, longe até mesmo dos fracos dois últimos lançamentos da banda. Mas ok, vamos deixar nosso tradicionalismo de lado, afinal, quem disse que Tate não pode se fazer algo diferente e ser bom? O real problema é que F.U. é um álbum com um rock moderno pasteurizado e, definitivamente, existe muita gente que já faz a mesma coisa muito melhor. Alguns solos são realmente legais, mas não tem nada muito inspirado nos riffs. Tudo é insosso, sem graça, como um "fast food". Com boa vontade, podemos fazer excessão a "In the Hands of God", uma música com melodias realmente bonitas e uma atmosfera que lembra um pouco o Queensryche. Fora isso, tudo parece uma coisa encomendada, expressa.
Agora, vamos à cereja do bolo: as quatro regravações. Por quê diabos regravar três clássicos que já são perfeitos em suas versões originais? Segundo o próprio Tate, a razão é simples: muito dinheiro. A gravadora queria ter os direitos sobre estas músicas e fez a encomenda. Simples assim. Mas aí temos um problema: a voz. Tate nitidamente sofre para atingir as notas mais altas, o que fica bem evidente em "Empire", e não exibe mais aquela voz límpida e potente de antigamente. Enfim, é de se esperar que ele não cante mais como um colibri, mas não é só isso. Seu timbre mudou também nos tons mais graves, o que sempre havia sido um diferencial. Afinal, sempre existiram muitos vocalistas capazes de atingir notas muito altas, mas poucos que, ao mesmo tempo, tinham uma voz tão bonita e encorpada nos tons mais graves. Isso se perdeu. Ouça "Silent Lucidity" para entender do que estou falando. Não me entendam mal, ele canta estas músicas ainda de forma decente e ficaria bem num show ao vivo, mas em uma gravação de estúdio a comparação é inevitável e os pontos fracos ficam evidentes demais. Fica claro, também, porque ele se limita aos tons médios nas músicas inéditas, onde ele ainda mantém um timbre realmente bonito. 

No final, F.U. não é um álbum execrável,  mas não consegue mais do que  um rock modernoso medíocre, bem diferente e aquém, aliás, do que aqueles músicos sabem fazer. 
Tate grita aos quatro ventos que os últimos álbuns do Queensryche foram criações suas. Bom, isso não é exatamente uma vantagem e ouvir "Frequency Uknown" faz pensar que, por mais que me doa admitir (sou fã assumido dos primeiros álbuns do Queensryche e da voz de Tate), sua saída da banda pode realmente fazer bem aos que ficaram. Nos resta, agora, aguardar pelo álbum do "outro Queensryche". Não confunda, se puder!




Selo Deadline
Data Lançamento:  23 de abril de 2013


Músicas:
01. When Lightning Strikes
02. Running Backwards
03. Fallen
04. Life Without You
05. In The Hands Of God
06. Cold
07. The Weight Of The World
08. Slave
09. Dare
10. Everything
Bonus
11. Silent Lucidity
12. Empire
13. Jet City Woman
14. I Don' t Believe In Love


Músicos
Geoff Tate: vocais 
Kelly Gray : guitarras
Robert Sarzo: guitarras
Rudy Sarzo: baixo
Randy Gane: teclados
Simon Wright: bateria

domingo, 5 de maio de 2013

Paul, rock and roll e não rolou!

Pois é, eu não fui.
Paul deve ter falado "uai", deve ter tocado seu Hoffner, suas guitarras e seu piano, cantado e feito um monte de gente suspirar e se emocionar.
E olha que meu amigo e companheiro de banda Gustavo Buchecha insistiu: "Você vai se arrepender!", profetizou ele na sexta a noite.
Como eu já tinha comentado aqui no meu texto dos cambistas, não consegui comprar nas insanas corridas da internet e não tive coragem de pagar trezentinho no mínimo no mercado branco.
O que falar então do senhor Paul McCartney e do show que eu perdi?
Bom, o cara é simplesmente a história do rock and roll em si. Fez parte do grupo que revolucionou o modo de se ouvir, tocar e gravar a música conhecida como rock. Junto com John Lennon formou uma das parcerias mais reverenciadas e respeitadas até hoje. É um dos mais bem sucedidos artistas em todo mundo e mantém um pique invejável no auge de seus 70 anos. Sir Paul McCartney.

Foto: tumblr

Ao ler hoje sobre o set list apresentado no Mineirão ontem confesso que bateu aquela invejinha de quem esteve lá. Paul e banda tocaram simplesmente 36 músicas, entre elas "Eight days a week" (que ele não tocava ao vivo desde 1965 com os Beatles), "Let me roll it", "Paperback Writer", "Eleanor Rigby", "Band on the Run" para apenas citar algumas.
Deve ter feito muita gente chorar com "Let it Be", "Something" e "Yesterday". Eu, quando vou em show de artista ou banda que gosto, sou um dos que chora mesmo...sem dó! "The Long and Winding Road" seria a minha deixa para as lágrimas, com certeza.
Deve ter feito muita gente ficar com aquele olhar parado e emocionado ao mandar e explodir o palco com "Live and let Die", "Back in the USSR" e "Golden Slumbers". E ainda mandou "Maybe I'm Amazed"... falar mais o que? (fonte set list: whiplash.net).


Foto : redutodorock.com.br

Deve ter sido simpático, competente, carismático. Gentleman.
Num patamar e status de carreira de tudo que Sir Paul McCartney já foi, ainda é e representa para a música moderna, como não se esperar o melhor da banda, produção, luzes, som e efeitos?
E tem uns que ainda dizem que o cara é um clone ou um sósia.
Com certeza os mais de cinquenta mil que estiveram ontem na Pampulha podem se sentir afortunados: viram o verdadeiro - o músico, o compositor, o entertainer e o front-man que marcou e ainda vai marcar por muito tempo a época de ouro do rock and roll.

Foto: site oficial