quinta-feira, 25 de abril de 2013

Rockviews: Riot - Immortal Soul

Por Leonardo Santos

Eu sei, é muito mais interessante fazer a resenha logo que o álbum foi lançado. Mas me permita aqui algo um tanto emocional. Afinal, dificilmente terei oportunidade de fazer isto com outro álbum do Riot. Depois da morte do grande Mark Reale (1955-2012), fundador e principal compositor da banda, o lançamento de outro álbum inédito do Riot é mais que improvável. Como em 2011 não existia Rockviews e não quero deixar esta fantástica banda passar em branco nas minhas resenhas, deixe-me falar um pouco sobre o Immortal Soul, lançado no fim de 2011, pouco tempo antes do mal terrível conhecido como Doença de Crohn finalmente vencer a luta contra Reale

O Riot com certeza é uma das maiores bandas de Metal fora do mainstream. Com mais de 36 anos de carreira e 14 álbuns de estúdio, todos com uma consistência impressionante, a banda possui uma ficha invejável, mesmo quando comparada aos medalhões do estilo. E apesar de nunca ter estourado para o grande público, possui uma fanática legião de seguidores. Basta ler as resenhas internacionais de Immortal Soul para entender o que estou falando: poucas são desprovidas de paixão. 

A história deste álbum vem de muitos anos atrás. Pouco depois do lançamento de Born in America, em 1983, a banda se separou e correu o risco de um fim definitivo. Mark Reale tenta outros trabalhos, mas, sem muito sucesso, decide renovar a banda e voltar com um novo Riot. Para isso, recrutou o fantástico vocalista Tony Moore e o resultado foi um marco definitivo no Power Metal: Thundersteel. A voz de Moore atingia tons ridiculamente altos, com controle e limpidez fenomenais, e a nova formação permitiu ao Riot uma agressividade ainda não vista nos seus álbuns anteriores. Muitos consideram Thundersteel o primeiro álbum do estilo chamado de Power Metal e, por favor, não confundam com aquela canção de ninar que bandas como Edguy fazem e alguns insistem em colocar  no mesmo balaio. Dois anos depois, o Riot lança Privilege of Power, um álbum "político" e com músicas mais cadenciadas. Posteriormente, Tony Moore sai da banda por divergências com o empresário Steve Loeb e começa a era Mike DiMeo

Certo, jovem, mas o que isso aí tem a ver com Immortal Soul? Acontece que, mesmo tendo uma série de bons lançamentos com DiMeo, o Riot adotou uma linha um pouco mais leve e muitos fãs ansiavam pelo retorno aos tempos de Thundersteel. Após 5 anos do último álbum com DiMeo em 2006 (Army of One), Mark Reale teve, então, a bela idéia de recrutar os mesmos músicos da era Thundersteel/Privilege of Power e gravar um novo álbum. Uma chama adormecida era despertada nos fiéis. 

Passados mais de 20 anos, não podemos dizer que a voz de Tony Moore permaneceu intocada. Ela perdeu um pouco daquele timbre cristalino e seu registro ficou um pouco mais baixo, mas ele ainda consegue alcançar notas estratosfericamente altas e isso é notável para um cara que exige tanto da sua voz. Apesar da faixa de abertura "Riot" ser uma das mais agressivas já feitas pela banda, o álbum não é (nem deveria ser) um Thundersteel atual. Immortal Soul varia entre o Power Metal e o Heavy Metal tradicional, sempre com melodias fortes e sem nenhuma balada. Os riffs de Flyntz e Reale são uma pedrada atrás da outra. Stavern faz um trabalho extremamente preciso no baixo e Jarzombek mostra ser um power baterista de primeira. A produção do álbum também está um ponto acima da maioria dos álbuns de metal e é de alta qualidade. 

É interessante lembrar que Mark Reale já estava muito doente durante as gravações, então a maior parte da execução ficou a cargo de Flyntz, que tocou com maestria as grandes idéias de Reale. Não gosto muito de comentar faixa por faixa, fica enfadonho,  mas Wings are for Angels é uma grande música de Power Metal que todo fã tradicionalista deve adorar e o resto do álbum é, de maneira geral, um ótimo trabalho, com faixas que mostram  músicos excepcionais, um vocalista ainda excelente e o gênio criativo do fundador da banda. 

Tendo Immortal Soul como último legado, Mark Reale pode descansar orgulhoso.







Riot
Immortal Soul

Data de lançamento: 22 de novembro de 2011
Selo: Steamhammer
Duração: 53:02


Músicas:


01. Riot
02. Still Your Man
03. Crawling
04. Wings Are For Angels
05. Fall Before Me
06. Sins Of The Father
07. Majestica
08. Immortal Soul
09. Insanity
10. Whiskey Man
11. Believe
12. Echoes




Foto: Facebook - RiotRockCity


Músicos:
Mark Reale – Guitarra 

Tony Moore  - Vocais                                                                                         Bobby Jarzombek – Bateria
Don Van Stavern – Baixo

Mike Flyntz - Guitarra



quinta-feira, 18 de abril de 2013

Rockviews: N.O.W. - Bohemian Kingdom

Por Leonardo Santos

Pessoalmente, acho que ser "patriota" quando se fala de música não tem sentido. A música é universal, interessa se é de qualidade, independente do país de origem. Entretanto, é muito legal quando você ouve algo muito bom e, de repente, descobre que tem suas origens aqui no Brasil

O N.O.W. é um projeto do baixista e compositor brasileiro Alec Mendonça, que fez todas as composições, arranjos e co-produziu o álbum. Para o trabalho de estréia ("Force of nature") , lançado em 2010, Alec foi em busca de um vocalista e a qualidade das composições acabou atraindo a atenção do ótimo Philip Bardowell (Unrully Child, Places of Power). "Force of nature" causou boa impressão nas críticas do exterior e foi considerado como algo ainda em fase de crescimento, mas com grande potencial. 

Após três anos, Alec recrutou o guitarrista Juno Moares e o baterista sueco Lars Chriss e lança o segundo álbum do N.O.W.: "Bohemian Kingdom". E podemos dizer que os dois foram grandes aquisições para a banda. Além de ser um ótimo baterista, Chriss também produziu o álbum e fez um belo trabalho. Se a produção do debut deixava a desejar, é fácil ver uma grande evolução aqui. Além disso, Juno Moraes é um excelente guitarrista e conseguiu captar perfeitamente as idéias de Alec, colaborando para deixar o trabalho ainda mais maduro e consistente. 

Não espere aqui um álbum "feijão com arroz" de hard rock, com aquela estrutura simples e manjada. "Bohemian Kingdom" é um álbum diferente, bem mais complexo e com uma variação muito interessante em suas músicas. As composições são de grande qualidade e os belos  vocais de Bardowell, que me lembra Bob Catley, se encaixam prefeitamente. O uso do saxofone em algumas músicas foi muito bem feito, bem no estilo da banda Foreigner. A faixa de abertura ,"I´m  Alive",  é um verdadeiro "soco", com belas linhas de guitarra e poderia muito bem figurar na trilha sonora de um filme de ação dos anos 80, enquanto que a ótima faixa título tem uma estrutura bastante diferente e surpreendente. Cada música tem um estilo próprio e o álbum nunca cai na monotonia. 

Principalmente para nós, brasileiros, letras de rock costumam não ter muita importância, mas vale a pena dar uma lida no encarte e ver que são muito bem feitas. Aliás, é uma pena que o álbum tenha sido lançado somente por um selo estrangeiro e, por enquanto, quem quiser adquiri-lo deve fazer importação pelo ebay. Mas digo que a vale a pena!  "Bohemian Kingdom" está vendendo bem e tem superado alguns medalhões nas lojas especializadas. Quem sabe este projeto não cresce e ainda vemos o N.O.W. sair em turne com shows na nossa terrinha?



N.O.W
Bohemian Kingdom
© 2013 Escape Music  


Músicas
1. I’m Alive
2. I Feel Divine
3. Don’t Go Now
4. Strong Enough
5. Mary-Ann
6. Tonight Is The Night
7. Bohemian Kingdom
8. Leon’s Going Soft
9. Cassie’s Dream
10. No One Can Feel It’s Over 
 
Line-up
Alec Mendonça (baixo, vocais)
Philip Bardowell (vocais, vocais de apoio)
Juno Moraes (guitarra)
Lars Chriss (bateria)
Matti Alfonzetti (vocais de apoio)
Mike Wallace (vocais de apoio)
The Choir Of Mesa California
Zé Canuto (saxofone, flauta)
Andy Loos (baixo) 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Rockviews: Pretty Maids - Motherland

Por Leonardo Santos 

Pretty Maids é uma banda com longos anos de estrada, formada  lá em 1981 pelos dinamarqueses Ronnie Atkins e Ken Hammer.  Apesar da alta qualidade dos seus álbuns e de Future World (1987) ser considerado um verdadeiro clássico, a banda nunca atingiu o mainstream, mesmo abrindo shows para pesos pesados como Whitesnake, Black Sabbath e Deep Purple. Sobreviveu à onda grunge dos anos 90 correndo para o mercado japonês, onde fez grande sucesso e chegou bem nos anos 2000.  
Em 2010 laçou seu penúltimo álbum, Pandemonium, um petardo que foi muito bem recebido pelos fãs e críticos. O desafio de manter o nível era, portanto, muito grande e 3 anos depois a banda lança o ótimo Motherland

O Pretty Maids sempre fez um Hard'n Heavy (hohoho) de peso, com riffs fortes, belas linhas de teclado e refrões bem melódicos. Motherland traz um som mais moderno, com guitarras de afinação bem baixa nos riffs, mas sem perder o foco na melodia. 

O grande destaque continua sendo o vocal de Ronnie Atkins. Apesar de considerar Future World realmente sensacional, a bem da verdade, nunca fui muito fã do timbre de Atkins nas passagens mais pesadas, quando ele enchia a voz com um drive bem rasgado, mas, na minha opinião, feio ("Loud and Prooooud"). Os anos fizeram bem ao vocalista e ele está muito mais técnico, com drives mais bem dosados e muito bonitos, sem perder nada da agressividade. Ouça a faixa Hooligans que você vai entender o que estou falando. 

A banda trilha com grande facilidade por sons bem pesados e belas baladas, indo do hard rock para o power metal (não aquele babinha dos Edguys da vida, estou falando de POWER METAL) e, apesar de eu não considerar todas as 13 músicas essenciais, existem ali umas 8 ótimas faixas que mais que valem sua audição. São excelentes riffs, linhas de baixo muito bem feitas e teclados que fazem aquele complemento na medida, sem tirar o peso ou deixar as coisas chatas. 

Com mais de 30 anos de estrada, o Pretty Maids continua mandando grandes álbuns, mostrando a muito garoto farofinha por aí como se faz. 




PRETTY MAIDS
Motherland
© 2013 Frontiers Records  (FR CD 593) 
release date: March 22, 2013

Tracklist
1. Mother Of All Lies
2. To Fool A Nation
3. Confession
4. The Iceman
5. Sad To See You Suffer
6. Hooligan
7. Infinity
8. Why So Serious
9. Motherland
10. I See Ghosts
11. Bullet For You
12. Who What Where When Why
13. Wasted 

Line-up
Ronnie Atkins (v)
Ken Hammer (g)
Shades (b)
Allan Tschicaja (d)
Morten Sandager (k)



segunda-feira, 8 de abril de 2013

Cambista primata, capitalismo selvagem!

Tá bom, então agora em BH temos o nosso novo Mineirão, com toda estrutura não só para grandes jogos de futebol, bem como para receber eventos de grande porte, principalmente atrações internacionais. Produtores animados com a perspectiva, setores envolvidos com a cultura e com oportunidades de negócio idem, e nós, o público consumidor, mais ainda.
Sir Elton John esteve aí e eu perdi! Logo ele, que como já contei aqui no blog, foi um dos responsáveis por eu me desvirtuar e me embrenhar no mundo do rock. Paciência.

Quando fiquei sabendo da notícia de que o também Sir Paul McCartney,  estaria tocando aqui em maio, fiquei bem animado. Outro dia desses vi o divertido The Ronnie Wood Show na tevê paga, onde o enrugado guitar dos Stones convida, a cada episódio, uma celebridade do mundo da música para trocar figurinhas, contar casos e tocar uma viola. Tudo isso sempre regado ao som de uma trilha de primeira.
Sir Paul estava lá, contando casos engraçadíssimos e mostrando músicas e cantores que o influenciaram no início de carreira. Em outra oportunidade, assisti ao quase épico documentário "Sound City" do sr.Dave Grohl, onde Maca aparece ao final para uma jam session cheia de energia, embasbacando todos os músicos presentes pela sua simplicidade e amor à boa música. E se pensarmos em todo aquele legado com os Beatles e também em sua carreira solo, chegamos à uma óbvia conclusão:           "Poxa, vale a pena estar nesse show".
Pensei que seria ótima oportunidade para levar a família - meu quase rockeiro filho de 11 anos, minha pouco rockeira filha de 21 e minha namorada - e aproveitar o show e o talento do eterno beatle, além de conhecer o remodelado estádio. No fim das contas, ia ficar caro - mas valeria a pena.
Não deu nem pro começo. Não deu tempo nem de pensar. A hora que fui raciocinar, combinar, pegar a carteira para escolher qual dinheiro de plástico eu usaria...
Pronto, acabou! Ingressos esgotados. Como assim?
No estádio, algumas longas filas em poucas bilheterias físicas também se dissiparam rapidamente.

Foto: divirta-se.uai.com.br

Ah, mas ainda temos o Rock In Rio 2013. Metallica, Iron Maiden, Slayer, Bon Jovi...
Pensamento de mineiro: "Uai, quem sabe né? Rio, praia, futebol, mulher e rock and roll".
Ingressos igualmente evaporados, escafedidos, esgotados. Para alguns dias do festival, em menos de duas horas.
"Calma, existem alguns sites que sempre aparecem ingressos disponíveis para vender" me disse alguém. Isso mesmo, senhoras e senhores. A sacana da internet conseguiu produzir e inventar uma nova categoria profissional: os cambistas virtuais.
Virtuais e bem profissionais! Sites linkados em sites oficiais, tudo muito certinho e visualmente arrumadinho. O preço lá nas alturas, quem dá mais em leilões a mil,  e você ainda recebe seu ingresso ou vaucher na comodidade de seu lar. Legal, né?
Cheguei a ler um post numa rede social da moda, em que uma amiga de um amigo meu o tranquilizava, dizendo a ele que relaxasse pois ela tinha comprado um monte de ingressos pros dias de metal e rock do festival, e ela poderia vender pra ele. Claro que com algum lucro. Cambista amiga virtual!

E a profissão parece não ser exclusividade do terceiro mundão. Essa semana, ao darem o sinal verde para as vendas de entradas do tradicional festival de Glastonbury, foram necessários apenas três minutos para que se esgotassem todos os ingressos para a apresentação de Mick Jagger e cia. Eu disse TRÊS minutos!!

Aqui no Brasil, não duvido nada de que já existam empresas, grupo de pessoas, o irmão nerd mais novo, todos ali grudados no PC, esperando ansiosamente o tiro de largada e empunhando listas e mais listas de CPFs, para que possam comprar, com cartões e limites obesos de gordo, dezenas e centenas de ingressos. Lucro fácil e garantido!
Bão também para os produtores, já com os bolsos cheios. A rede garante rapidez no enriquecer de suas contas, praticidade na logística dos ingressos e garantias imediatas em suas aplicações financeiras.
Soluções? Na verdade, confesso que não consegui pensar em nenhuma. Quem deveria nos dar são os próprios - afinal, os mais de 50.000 sortudos que conseguiram ingressos para ver Sir Paul aqui em Belo Horizonte, pagaram e muito! Cambistas ou não!

Daqui a pouco teremos Copa do Mundo. Será que o cidadão comum vai conseguir ter acesso ou vai vislumbrar só de longe a remota possibilidade de ver algum jogo no Mineirão, e de preferência da seleção amarelinha?
Será que nessa era da rapidez da transmissão de dados, nós, meros mortais, vamos continuar idolatrando de longe, de bem longe, nossos caros e inatingíveis ídolos?
Será que nós, meros e quarentões mortais, vamos ter que nos contentar com shows de médio porte nos "Halls" da vida, de bandas que já passaram e muito do auge?
Ou será que vamos chegar a um ponto em que conseguir comprar um ingresso para um show internacional será igual a ganhar na loteria? Será?

Numa era de big data, redes sociais, internet em alta velocidade e um capitalismo muito mais selvagem, CUIDADO! 
O cambista primata pode te pegar!


Foto: sportgamers.wordpress.com 



quinta-feira, 4 de abril de 2013

Rockviews: Bon Jovi - What About Now

Por Leonardo Santos

Você que tem lido minhas resenhas pode, de repente, pensar algo como "Pô, mas este cara só faz resenha elogiando álbuns.". É verdade. Faço somente uma resenha por semana, não temos, exatamente, um site que escreve sobre uma pancada de lançamentos, então acabo escrevendo somente sobre os álbuns que acho mais legais. O que ouço e não gosto, simplesmente largo. Em geral, acho que não vale a pena o tempo dispendido e prefiro indicar coisas mais interessantes. Entretanto, vez ou outra, o lançamento é tão relevante que, independente da qualidade, merece o espaço. Este é o caso do novo álbum do Bon Jovi.

Com uma carreira invejável e mais que vitoriosa de 13 álbuns de estúdio, vários álbuns ao vivo, DVDs, inúmeros hits nas rádios de todo mundo e milhões de cópias vendidas, a banda foi uma das poucas a sobreviver à onda grunge dos anos 90, que atolou as gravadoras com aquele som chato e sem graça. E para isso teve que mudar e mesclar a pegada mais hard dos álbuns anteriores com um som mais pop, mas sempre com qualidade. Não me venha, portanto,  com este papo adolescente de que Bon Jovi não é hard rock, que não tem pegada e piriri, pororó. Foi uma mudança necessária e de sucesso. 

Me parece estranho, entretanto, que uma banda assim, que não precisa mais se provar a nenhuma gravadora, demore quatro anos para lançar um álbum como "What About Now". O problema não é deixar de ser um álbum de hard rock, não se trata de um álbum de rock, "at all". São 12 baladas, nenhum único riff que vá fazer alguém chacoalhar, nada. 

A começar pela produção. John Shanks faz um tipo de produção pop que não gosto, deixa tudo "redondinho" e leve demais. A bateria parece até aquelas coisas eletrônicas gravadas em um destes softwares para computador. Tudo muito monótono e sem nenhuma agressividade. 

Ok, este álbum vai tocar horrores nas rádios. Até porque todas as músicas parecem ter sido feitas com este único propósito. É como se tivesse sido projetado a partir de uma exigência comercial. Eu tenho grande respeito por Richie Sambora, como compositor, guitarrista e vocalista. Entretanto, não existe brilho algum nos riffs deste álbum, é tudo muito comum, clichê, repetição das coisas mais aborrecidas que já fizeram antes.

Enfim, mesmo para um fã da banda, é um álbum difícil de aturar. Se eu não fosse escrever a respeito, ouviria uma vez, pulando várias faixas assim que chegasse no refrão e não ia nem me lembrar disso mais. Estou aqui ouvindo pela terceira vez só para ver se estou sendo justo na resenha e, acredite, é um exercício de paciência chegar ao final. Veja bem, não e´que o álbum seja uma "porcaria" total. Algumas músicas ficariam muito bem em outros álbuns da banda, junto com outras músicas com uma levada mais empolgante. Mas um álbum inteiro com 50 minutos assim não dá, é simplesmente cansativo demais. Ah, as faixas bônus? Esqueça! São ainda mais chatos que o resto do álbum.





Músicas 

01. Because we Can 
02. I'm With You
03. What About Now 
04. Pictures Of You 
05. Amen
06. That's What The Water Made Me 
07. What's Left Of Me 
08. Army Of One
09. Thick As thieves
10. Beautiful World
11. Room At The end Of The World
12. The Fighter
13. With These Two Hands (deluxe version bonus track)
14. Not Running Anymore (deluxe version bonus track)
15. Old Habits die Hard (deluxe version bonus track)
16. Every Road Leads Home To You (deluxe version bonus track)

Músicos

Jon Bon Jovi – vocais, guitarra
Richie Sambora – guitarra, vocais de apoio
Tico Torres – bateria
David Bryan – teclado, vocais de apoio
Hugh McDonald – baixo, vocais de apoio

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Lollapalooza, eu quero é rock!

Acabou o alternativo dos alternativos Lollapalooza Brasil 2013.
Reparei que durante esses dias de festival, uma enxurrada de posts engraçados, maldosos e até agressivos, inundaram o feed de notícias do meu face. Integrantes de outras tribos revoltados com o naipe das bandas e artistas presentes na balada modernosa.
Aí eu pensei:  "Poxa, como é que você, o cara do Musicabillia, não está nem acompanhando os Rôlapalusa, ops, Lollapalooza?"
Então, num chuvoso e frio domingo de Páscoa, resolvi ouvir e pesquisar o que rolou de melhor (?) na versão tupiniquim do festival.
Confesso a vocês, do fundo do meu pesado coração, que oitenta por cento dos nomes e bandas eu nunca tinha ouvido falar. Ainda bem... já tô meio idoso para emoções fortes tipo gravatinhas e óculos, guitarras (muito) desafinadas, vocalistas feiosas e nerdizinhas, bandas suando pra fazer os três acordes e deixando a impressão que os meninos ali da esquina fazem melhor... sei não, posso ter um treco e bater os cuturnos!



O festival pai dessa franquia surgiu em 1991 com o tresloucado Perry Farrell, vocalista dos andrógenos e bizarros Jane´s Addiction, concebido como uma turnê de despedida dos mesmos. Pegando várias tendências e esquisitices do rock alternativo e misturando com o hip-hop, com o punk, as raves, e até o heavy metal, fato é que essa trupe circo-musical está aí até hoje fazendo seu barulho e arrastando seu engajado e respeitável público.
E para efeito de currículo é só lembrar de alguns nomes de peso como NIN, Metallica, Smashing Pumpkins e Ice-T, entre vários outros que fizeram parte da chamada Nação Alternativa nas edições antigas da festança.

Na atual e brasileira, The Killers, The Flaming Lips, Cake, The Black Keys, Franz Ferdinand, Queens of the Stone Age, Kaiser Chiefs e Pearl Jam eram os mais esperados. Nos palcos e tendas alternativas, um monte de DJs, projetos eletrônikos, duos, bandas de um cara só - além de Mike Pattons e Igor Cavaleras da vida marcando aquela presença tipo "tenho que estar de qualquer jeito no festival".
Vou aqui deixar algumas impressões, sem pré-conceitos ou radicalismos.
Prometo que vou TENTAR, juro!

1) Gostei dos esquisitos Of Monsters and Men, apesar da bateria de lado...Pra quê? O white metal Robert Sweet do Stryper faz o mesmo..Pra quê??
2) O guitar do The Killers toca com uma Gibson Explorer fodaça, o que já ganha ponto...
3) Cake mandando "I will survive" é legalzinho e o público alvo entra em delírio. Se joga!
4) Deadmau5 estragando Rage Against the Machine é muito ruim e isso deveria ser proibido. E o cara ainda recebe cachê pra isso?
5) Riffs legais de guitarra no The Black Keys mas, vocal chato hein?
6) Show bacaninha dos tals Kaiser Chiefs...
7) Legalzinho o The Hives.. "Everybody pulão"? Que diabos??
8) A respeito de Planet Hemp me recuso a comentar qualquer coisa.
9) E Pearl Jam não autorizar a transmissão do show, tsc, tsc... os caras tão ficando estrelinhas...
10) Cheio de bandeiras no meio da galera e, pra variar, avisto uma bandeira do glorioso Clube Atlético Mineiro. Com certeza não era da Galo Metal !

Tá bom, né? Acho que sim...

Fonte:  musica.terra.com.br


A verdade é que ultimamente não podemos falar muito. Ivete Sangalo, Beyoncé, David Guetta e Justin Timberlake estão vindo aí e não me deixam meter muito o pau em nenhum outro concorrente. No primeiro e único Rock in Rio, ícones do rock e metal como AC/DC, Queen, Iron Maiden e outros, também dividiram o line-up com B-52´s, Nina Hagen, Ney Matogrosso e outras esquisitices da época. Grandes festivais existem para agregar vários fãs e estilos num evento só e basicamente encher o bolso dos organizadores. E nisso, o Lolla cumpre perfeitamente seu papel.
Melhor ter rodas-gigante, tendas eletrônicas, modernosos e coloridos se chacoalhando ao som de algumas batidas de samplers misturadas à guitarras parcialmente distorcidas e desafinadas, do que um festival só de funk proibidão ou só de breganejo semi-universitário! Cruzes!!

Concluindo... mr.Farrell, o senhor é um FANFARRÃO !
Para a próxima edição, que parece já estar garantida, por favor, me empolguem em pelo menos um show, unzinho...só um!!
E Trôlapaloosers, ooops..... Lollapalooza, parabéns! Continuem assim.
O pôvo ( e eu ) quer é rock!!! Mesmo desafinado.

Fonte: G1.globo.com



Veja aqui um trecho da apresentação do The Killers