quinta-feira, 21 de março de 2013

A árvore púrpura - Parte 3 : O arco-íris

A máquina estava estragada. Enferrujada. O grande Deep Purple havia dado seus últimos suspiros em meados de 1976, deixando uma legião de fãs sem saber o que fazer, ouvir, ou esperar a partir dali.
Se bem que já tinha uma galera feliz da vida ouvindo o clássico "Ritchie Blackmore's Rainbow", primeiro álbum daquela que viria a ser uma das bandas mais cultuadas do cenário, tanto pelos rockeiros mais tradicionalistas, bem como pelos headbangers mais radicais.
Diz a lenda que Ritchie Blackmore pretendia lançar esse primeiro registro como um álbum solo. Talvez por isso o "Blackmore's Rainbow" do título. Com uma primeira e satisfatória gravação em mãos, o guitarrista chamou praticamente toda a banda ELF, que já havia aberto alguns shows para o Purple, e lançou, já em 1975, o primeiro álbum do Rainbow. É claro que o destaque da banda e todos os holofotes eram para Blackmore, mas o alcance vocal e as letras inspiradas e fantasiosas de um tal Ronnie James Dio também chamavam muita atenção. Alicerçado por clássicos atemporais como "Man on the Silver Mountain", "Catch the Rainbow", e "Sixteenth Century Greensleeves", o álbum alcançou razoável sucesso de público e crítica , o que não foi o suficiente para Blackmore que, logo depois do lançamento do mesmo, despediu todo mundo exceto Dio. Micky Lee Soule (teclados), Criag Gruber (baixo), e Gary Driscoll (bateria) são então substituídos, respectivamente, por Tony Carey, Jimmy Bain e Cozy Powell.                                                                                                                                                                                             



Com essa formação, Blackmore e sua nova gangue entram em estúdio e registram o que para muitos é considerado o melhor álbum da banda: "Rising". Saem em turnê pelos EUA e Europa, consolidando uma reputação de um dos melhores shows de rock da época. Como prova, o essencial ao vivo "On Stage" é lançado, com destaque para uma matadora versão de "Mistreated" e a então inédita "Kill the King". Outra reviravolta na cabeça ligeiramente geniosa de Blackmore e ele coloca nas quatro cordas o australiano Bob Daisley, e nos teclados o canadense David Stone. Com esse novo time, partem novamente para o estúdio e registram no final de 77 / início de 78 o também clássico "Long Live Rock and Roll".

Formação da época do álbum "Long Live Rock 'n Roll"
Fonte: The official Cozy Powell site

Confesso que na época eu ficava extremamente curioso para saber qual formação a gente veria num próximo álbum do Rainbow. Naqueles tempos pré-internet, a notícia engatinhava para chegar até aqui, ainda mais aquelas relacionadas ao rock feito no exterior. Mas em 1979, quando o álbum "Down to Earth" chegou às prateleiras, todo mundo tomou um baita susto. Dio havia sido trocado por Graham Bonett, o velho conhecido Roger Glover assumia o baixo e o tecladista Don Airey completava o time. Com certeza era um álbum muito bom, mas também era muito mais voltado para o que o mercado da época considerava ser um rock mais comercial - é só ouvir as grudentas "Since you've been gone" e "All night long" para confirmar essa tese. Depois de uma tour que incluiu uma histórica performance na primeira edição do festival "Monsters of Rock", Powell se demite e Bonnet ganha uma justa causa por motivos etílicos. Os yankees Bobby Rondinelli e Joe Lynn Turner assumem baquetas e microfone nesta ordem e a banda parte para o registro de "Difficult to Cure", álbum que trazia uma versão instrumental matadora da nona sinfonia de Beethoven além de "I Surrender", primeiro single da banda a alcançar uma posição de destaque na parada da Billboard britânica. Don Airey abandona o barco depois da turnê do álbum e David Rosenthal ganha uma chance no posto das teclas.




"Straight between the eyes" é lançado em 1982 e traz um Rainbow mais coeso, mais entrosado, mas notadamente mais direcionado ao que na época já se conhecia como AOR. Músicas como "Miss Mistreated", "Power" e a balada "Stone Cold" garantem à banda airplay em rádios americanas e certa aparição na então emergente MTV. Saem pelos EUA em turnê e registram uma performance na cidade de San Antonio lançada como o marcante "Rainbow: Live Between the Eyes", na época o único registro visual oficial da banda nos palcos.

Como não poderia deixar de ser, pra próxima bolacha outra troca de posições acontece. No lugar de Rondinelli entra o baterista Chuck Burgi, vindo da obscura Balance. Apesar das baladas "Desperate Hearts" e "Street of Dreams", "Bent out of Shape" era e ainda é um álbum estranho, difícil de digerir, distorcido e deformado como o próprio título. E como à época, empresários e indústria já arquitetavam uma volta do Deep Purple MKII, o arco-íris foi se apagando. "Finyl Vinyl", um póstumo registro com músicas de várias fases da banda ao vivo e takes inéditos de estúdio, é lançado em 1986 e é uma excelente opção pra quem quer conhecer a banda em suas diversas formações.




Muito tempo depois, após o genioso Blackmore se desentender novamente com Ian Gillan e largar definitivamente o Purple, a banda se revigora com a entrada do competente vocalista escocês Doogie White e lança em 1995 "Stranger in us All", considerado na época por alguns fãs mais empolgados como uma volta às origens e ao velho estilo da era Dio.
Mas, como dizia o velho deitado e também nosso amigo de toda hora Peter Parker, "É tudo por causa de uma mulher". Em 1997, o Mais Preto chuta de uma só vez o balde e a guitarra, assume seu lado bardo, cai de amores pela linda Candice Night, e lança "Shadow of the Moon", primeiro álbum do seu então novo projeto Blackmore's Night.
O arco-íris se apaga definitivamente, deixando aos fãs uma coleção de variadas cores, estilos, fases e, principalmente, a marca da geniosidade, talento e musicalidade de um tal Ritchie Blackmore.

 "Catch the Rainbow, and rain the sky... Make it shine, for you and I "

                                                                                                                                                                                            
                                   

terça-feira, 19 de março de 2013

Rockviews: Saxon - Sacrifice

Por Leonardo Santos

Você aí que tem acompanhado minhas resenhas no Musicabillia deve estar pensando algo como "Esse careca afrescalhado só vai fazer resenhas destes roquinhos melódicos babas? Quero metal, porra!". Você tem certa razão amigo, mas o problema é que os lançamentos de heavy metal tradicional andam tão sem graça que nem eu animo muito a escrever sobre. É aquela coisa, o chamado rock melódico está em alta e vem aparecendo bastante coisa interessantes no estilo.  Daí vem o Saxon e lança seu vigésimo (VIGÉSIMO, KCT!) álbum inédito e estou aqui no trabalho me segurando para não colocar no último volume e berrar os refrões. 

Para começar, se você conhece e não gosta de Saxon, não perca seu tempo. Você não vai gostar deste álbum, assim como não gostou de nenhum dos outros 19, e mesmo que fossem lançados mais 20, você não iria gostar de nenhum. Vá logo brincar com seu querido Poney! Isso porque o Saxon nunca abandonou sua essência em todos estes anos e jamais vai abandonar. Com uma carreira tão sólida, a banda não precisa acompanhar modismos nem ficar presa nas rédeas de gravadora alguma. Simplesmente podem fazer o que querem e o que gostam. E isso significa puro metal britânico, da grande época de ouro da NWoBHM (New Wave  of British Heavy Metal). 

Mas calma lá, isso não quer dizer que o Saxon venha se repetindo nestes longos anos. Ao mesmo tempo que apresenta um som clássico, ele soa atual, não parece ter simplesmente saído dos anos 80. A banda sabe colocar novos elementos, trabalhar novos riffs e melodias sem perder sua essência e é isso que torna seus álbuns tão especiais. "Sacrifice" é apenas uma continuação natural, sem repetir o passado, mas evitando aquelas bruscas mudanças de direção que deixam órfãos milhares de fãs. Uma parte dos créditos se deve, também, à excelente produção do grande Andy Sneap, que lapidou o som do Saxon de forma perfeita. 

Aos 62 anos, Biff Byford não é mais nenhum garotão no auge e podemos perceber, claro, alguns sinais disso na sua voz. Entretanto, a vontade está lá, e ele continua cantando com toda sua agressividade, colocando seu timbre característico nas músicas com mais uma perfomance clássica. Se ele abrir a boca, você sabe que é Saxon! Quinn e Scaratt mandam riffs poderosos um em cima do outro sem misericórdia. Carter trabalha linhas pesadas e marcantes no baixo e Glocker completa o ótimo trabalho na bateria. Aliás,se preparem, este é, talvez, o trabalho mais pesado do Saxon!

Se existe um ponto negativo neste álbum é sua duração. Afinal, são apenas 40 minutos. Por outro lado, talvez seja melhor fechar um álbum com uma duração reduzida, mas com ótimas músicas, do que colocar coisas de nível inferior apenas para preencher espaço (fillers). Não existe isso aqui: todas as 10 músicas são indispensáveis e vão rodar direto no seu som, pode conferir. Cada uma tem sua personalidade e estilo, não existe a menor chance de você não se lembrar de alguma delas depois de ouvir algumas (poucas) vezes o álbum. 

Enfim, diferente do que vemos em outros lançamentos de medalhões por aí, é muito gratificante ver uma banda com tantos anos de carreira chegar no seu vigésimo álbum com tanta vitalidade e estímulo para entregar aos seus fãs um álbum como este. 
Se você gosta de Saxon, baixe, compre ou youtube, mas ouça!




Saxon - Sacrifice
2013 UDR Music

Músicas
1. Procession

2. Sacrifice
3. Made in Belfast
4. Warriors of the Road
5. Guardians of the Tomb 
6. Stand Up and Fight
7. Walking the Steel 
8. Night of the Wolf 
9. Wheels of Terror
10. Standing in a Queue


Músicos
Biff Byford - Vocais
Paul Quinn - Guitarras
Doug Scarratt - Guitarras
Nibbs Carter - Baixo
Nigel Glockler - Bateria

segunda-feira, 11 de março de 2013

Rockviews: W. E. T. (com Jeff Scott Soto) - Rise Up

Por Leonardo Santos

Jeff Scott Soto definitivamente é um cara que gosta de trabalhar. 
Além do Talisman e seu trabalho solo, sempre se envolveu com inúmeros projetos como vocal principal ou vocal de apoio. Às vezes se torna até difícil acompanhar todos os trabalhos deste vocalista sensacional. 

Para quem não conhece, o W.E.T. surgiu em 2009 com a união de Robert Säll (Work of Art), Erik Mårtensson (Eclipse) e Jeff Scott Soto (Talisman). Apesar do nome, o primeiro álbum do W.E.T. foi, basicamente, um projeto de Erik, que compôs, produziu e gravou todas as músicas na Suécia, enquanto Jeff gravou os vocais em Londres. O resultado foi um excelente álbum de AOR, muito bem recebido pela crítica. Decididos a fazer um segundo álbum, desta vez, Jeff, Erik e Robert resolveram atuar mais como uma banda e não um projeto de um homem só. Assim, houve maior participação dos outros membros nas composições, principalmente de Jeff. Para completar a banda, temos Magnus Henriksson e Robban Bäck, também do Eclipse (já falei para vocês conhecerem logo o trabalho destes caras).  
E de novo temos um verdadeiro petardo, com teclados muito bem colocados, riffs inspirados e melodias vocais arrebatadoras. Jeff, para mim, é uma das melhores e mais versáteis vozes do hard rock de todos os tempos, então elogiar seu trabalho como vocal aqui é chover no molhado. Os músicos são excelentes e as músicas são de muito bom gosto, daquele tipo fácil de ouvir, gostar e sair cantando o refrão. Aliás, uma vantagem deste álbum é que você pode colocar para rodar no seu carro mesmo que do seu lado esteja aquela namorada engajada que gosta de Chico Buarque e Caetano Veloso. Nem mesmo ela vai reclamar.



W.E.T.
Rise Up
2013 Frontiers Records
Músicas
1. Walk Away
2. Learn To Live Again
3. Rise Up
4. Love Heals
5. What You Want
6. The Moment
7. Bad Boy
8. On The Run
9. Broken Wings
10. Shot
11. Still Believe
12. Still Unbroken 
 
Músicos
Jeff Scott Soto (vocais)
Erik Mårtensson (guitarra, backing vocals, vocais em "Learn to live again")
Robert Säll (teclados, guitarra solo em "the moment")
Magnus Henriksson (guitarra)
Robban Bäck (bateria) 





                                       

                                          

quarta-feira, 6 de março de 2013

A árvore Púrpura - Parte 2

Então Ian Gillan e Roger Glover estavam fora! Os agora três remanescentes originais, Ritchie Blackmore, Ian Paice e Jon Lord não queriam e nem podiam perder tempo em encontrar os substitutos corretos para os lugares de front man e baixista da banda.

Com uma formação totalmente calcada no soul e no funk, o talentoso baixista e também exímio vocalista Glenn Hughes já vinha atraindo a atenção da moçada e da mídia especializada com seu Trapeze, lotando alguns shows e com álbuns relativamente bem sucedidos. Depois de receber o convite oficial, Hughes titubeou. Ele amava o tipo de música que fazia no trio, tinha uma senhora química com Mel Galley e Dave Holland, e as perspectivas eram as melhores à época do lançamento do excepcional "You are the Music...We´re just the band". Mas não teve como escapar: afinal de contas, ele estava sendo convidado para integrar o já multi-platinado Purple!
Para a vaga de vocalista principal, Paul Rodgers era a aposta certa. Desempregado do Free e ainda sem planos para iniciar novos projetos, recusou na última hora - ainda bem, ou não teríamos conhecido outra super-banda, o Bad Company. Através de uma fita cassete e uma indicação de um empresário local, os purples chegaram então até David Coverdale, um cantor um tanto obscuro mas com um característico timbre blueseiro. Mesmo sem muita experiência no que dizia respeito à estrutura das grandes bandas, a dupla Coverdale/Hughes se entrosou e caiu como uma luva. O resultado foi o antológico "Burn" que, além da faixa título, trazia ainda futuros hits como "Mistreated", "Might Just take your life" e "Lay Down Stay Down". Embalados pelo sucesso do álbum e pela receptividade da nova formação junto aos purplemaníacos, gravaram logo em sequência "Stormbringer" , um álbum ousado, cheio de grooves, diferente de quase tudo que o Deep Purple já havia feito. A bolacha foi a gota d´água para que Blackmore torcesse o nariz e começasse a correr atrás do cobiçado pote de ouro no final do arco-íris. Ainda com essa formação, lançaram o derradeiro "Made in Europe", registro dos últimos shows da turnê européia de "Stormbringer". Com momentos no mínimo épicos, como nas vigorosas "You Fool no One", "Lady Double Dealer" e também na incendiária abertura de "Burn", o álbum é até hoje, juntamente com o póstumo "Live in London", prova cabal do poder sonoro da lendária e fantástica MK III. Registrado através das lentes de uma emissora norte-americana, a performance da banda como headliner no sensacional festival "California Jam" de 74 é também simplesmente arrebatadora. 


Em abril de 1975 o gênio de preto estava fora - e em junho, Tommy Bolin conseguia a gig depois de um satisfatório teste e de um curriculum respeitável para um garoto metido a guitarrista de fusion: Billy Cobham, Alphonse Mouzon, James Gang, além de uma promissora carreira solo brilhantemente inaugurada com o marcante álbum "Teaser". "Come Taste the Band" chegava às prateleiras no final daquele ano e, com pérolas como "Love Child", "You Keep on Moving"e "Drifter", reacendia a esperança de que nem tudo estava perdido.
Mas a definição exata do que era o Purple MK IV à época: um baterista no auge de sua técnica como instrumentista; um baixista que cantava demais e também cheirava demais; um guitarrista com braços dormentes de heroína que não conseguia executar ao vivo as partes que a ele cabia; um competente vocalista que já previa o fim do grupo, e um já esgotado e multi-talentoso tecladista tentando segurar todas as pontas possíveis.


A esperança durou pouco e em março de 1976 deu-se oficialmente encerrado o primeiro reinado do Deep Purple: quatro formações diferentes, onze álbuns oficiais de estúdio, dois álbuns clássicos "ao vivo" ("Made in Japan" e "Made in Europe"), inúmeros registros de shows, bootlegs, fama, fortuna,  sexo, drogas e rock and roll.

No restante daquele ano, Glenn Hughes sumia do mapa e mergulhava em cheio no vício. David Coverdale já se organizava em projetos solo pré-Whitesnake enquanto Paice e Lord fundavam o Paice, Ashton & Lord, juntamente com o bebum Tony Ashton.
E em dezembro de 76, o então promissor guitarrista Tommy Bolin é encontrado morto por intoxicação de múltiplas drogas.


O Deep Purple MKIII (na foto sem Ian Paice): no topo das paradas e do mundo.

Confira aqui "Burn" em histórica performance no festival California Jam:


Na Árvore Púrpura - Parte 3: Cobras brancas, arco-íris, castelos e montanhas prateadas!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Soundtracker : Forrest Gump - O.S.T.

Por Fernando Pazzini
Em meados dos anos 90 trabalhei como sócio-gerente em uma loja de cds aqui em BH chamada Alive music. Lá, um dos estilos que mais me atraía em pesquisar, ouvir e vender, eram as trilhas sonoras de filmes, as original soundtracks. Por isso, começo hoje aqui no Musicabillia, a seção Soundtracker: vamos de novo garimpar, comentar e indicar algumas pérolas, clássicos, e fantásticos álbuns de trilhas sonoras!!


Forrest Gump - O.S.T

Se um belo dia você caísse de um caminhão estelar de mudança direto aqui na bolinha azul chamada Terra,  e não conhecesse nada sobre rock, boa música, e o que foram os anos 70 para a estória da cultura ocidental como um todo... Cara, eu faria questão de te dar de presente a trilha sonora de Forrest Gump - O contador de estórias.
Essa trilha sonora não é somente uma aula musical... ela é a história da música pop na América - o início do rock, o surgimento do soul, o country, a cultura do psicodelismo - tudo num cedêzinho duplo que em 1995 chegou às prateleiras das antigas lojas de música daqui.

Durante as quase duas horas de música presentes no álbum, vários ícones da música dos finais dos anos 60 e da década de 70 como Wilson PickettJoan BaezBob DylanThe DoorsThe Byrds, Simon & Garfunkel e Four Tops, nos presenteiam com sucessos que marcaram aquela época. Para sonorizar uma bela estória que vai da comédia ao drama e da ação ao romantismo, nada melhor do que começar com o Rei. Elvis e seu clássico "Hound Dog" abrem a sabatina musical, seguidos pela guitarra pegajosa  de "Rebell Rouser" e da divertidíssima "(I don't know why)But I do" de Clarence Henry. A eterna diva Aretha também aparece reclamando respeito, as Mamães e os Papais cantam o sonho da Califórnia do início da década e Scott Mackenzie ordena que você use chapéus floridos, caso você apareça lá pelas bandas de San Francisco. Os Doobie Brothers mantém o ritmo das incansáveis corridas do personagem-título enquanto o Lynyrd Skynyrd canta a alegria de voltar para o sul. O Three Dog Night pede alegria para um mundo chocado com a guerra do Vietnã, retratada na energética "Fortunate Son" do Creedence. Até o velho cowboy Willie Nelson se põe novamente na estrada enquanto os pingos de chuva de Burt Bacharah e B.J.Thomas continuam caindo sobre as cabeças.  E antes de terminar o álbum com uma peça instrumental belíssima, somos ainda presenteados com o fantástico Bob Seger indo contra tudo, todos e contra o vento.

Quando vi o filme pela primeira vez num cinema já extinto aqui de BH, uma caixa de lenços de papel foi pouco pra tanta emoção. Outro dia o vi novamente - desta vez em dvd e com meus filhos - e não foi diferente. Forrest Gump é uma obra sensível e tocante, as vezes cômica, as vezes realista demais. Nos mostra o quão simples e bela a vida deveria ser. Traz um inspirado Tom Hanks no auge de sua carreira e já com sede de estatuetas douradas, além de Sally Field, Gary Sinise e a delicada Robin Wright, todos em atuações mais que convincentes. A película venceu seis das treze indicações ao Oscar em 1995, incluindo Melhor Filme, Ator e Melhor Diretor, premiando também o formidável Robert Zemeckis.

Após ter vendido mais de doze milhões de cópias, o álbum é hoje um dos mais bem sucedidos nas estatísticas de trilhas sonoras da Billboard.
"Ruun, Forrest...Ruuuun!" .
Em vinil, cd, mp3, streaming ou outro formato qualquer, eu também vou é correr e tratar de garimpar o meu por aqui!

Músicas

CD 1:
"Hound Dog" - Elvis Presley – 2:16
"Rebel Rouser" - Duane Eddy – 2:21
"(I Don't Know Why) But I Do" - Clarence "Frogman" Henry – 2:18
"Walk Right In" - The Rooftop Singers – 2:33
"Land of 1000 Dances" - Wilson Pickett – 2:25
"Blowin' in the Wind" -  Joan Baez – 2:49
"Fortunate Son" - Creedence Clearwater Revival – 2:18
"I Can't Help Myself (Sugar Pie Honey Bunch)" - The Four Tops – 2:43
"Respect" - Aretha Franklin – 2:27
"Rainy Day Women #12 & 35" - Bob Dylan – 4:35
"Sloop John B" - The Beach Boys – 2:56
"California Dreamin'" - The Mamas & the Papas – 2:39
"For What It's Worth" - Buffalo Springfield – 2:38
"What the World Needs Now Is Love" - Jackie DeShannon – 3:13
"Break on Through (To the Other Side)" - The Doors – 2:38
"Mrs. Robinson" - Simon & Garfunkel – 3:51

CD 2:
"Volunteers" - Jefferson Airplane – 2:04
"Let's Get Together" - The Youngbloods – 4:36
"San Francisco (Be Sure to Wear Flowers in Your Hair)" - Scott McKenzie – 2:58
"Turn! Turn! Turn!" - The Byrds – 3:54
"Medley: Aquarius/Let the Sunshine In" - The 5th Dimension – 4:48
"Everybody's Talkin'" - Harry Nilsson – 2:44
"Joy to the World" - Three Dog Night – 3:16
"Stoned Love" - The Supremes – 2:59
"Raindrops Keep Fallin' on My Head" - B. J. Thomas – 3:00
"Mr. President (Have Pity on the Working Man)" - Randy Newman – 2:46
"Sweet Home Alabama" - Lynyrd Skynyrd – 4:43
"It Keeps You Runnin'" - The Doobie Brothers – 4:13
"I've Got to Use My Imagination" - Gladys Knight & the Pips – 3:30
"On the Road Again" - Willie Nelson – 2:29
"Against the Wind" - Bob Seger & the Silver Bullet Band – 5:33
"Forrest Gump Suite" composed and conducted by Alan Silvestri – 8:49