quinta-feira, 4 de abril de 2013

Rockviews: Bon Jovi - What About Now

Por Leonardo Santos

Você que tem lido minhas resenhas pode, de repente, pensar algo como "Pô, mas este cara só faz resenha elogiando álbuns.". É verdade. Faço somente uma resenha por semana, não temos, exatamente, um site que escreve sobre uma pancada de lançamentos, então acabo escrevendo somente sobre os álbuns que acho mais legais. O que ouço e não gosto, simplesmente largo. Em geral, acho que não vale a pena o tempo dispendido e prefiro indicar coisas mais interessantes. Entretanto, vez ou outra, o lançamento é tão relevante que, independente da qualidade, merece o espaço. Este é o caso do novo álbum do Bon Jovi.

Com uma carreira invejável e mais que vitoriosa de 13 álbuns de estúdio, vários álbuns ao vivo, DVDs, inúmeros hits nas rádios de todo mundo e milhões de cópias vendidas, a banda foi uma das poucas a sobreviver à onda grunge dos anos 90, que atolou as gravadoras com aquele som chato e sem graça. E para isso teve que mudar e mesclar a pegada mais hard dos álbuns anteriores com um som mais pop, mas sempre com qualidade. Não me venha, portanto,  com este papo adolescente de que Bon Jovi não é hard rock, que não tem pegada e piriri, pororó. Foi uma mudança necessária e de sucesso. 

Me parece estranho, entretanto, que uma banda assim, que não precisa mais se provar a nenhuma gravadora, demore quatro anos para lançar um álbum como "What About Now". O problema não é deixar de ser um álbum de hard rock, não se trata de um álbum de rock, "at all". São 12 baladas, nenhum único riff que vá fazer alguém chacoalhar, nada. 

A começar pela produção. John Shanks faz um tipo de produção pop que não gosto, deixa tudo "redondinho" e leve demais. A bateria parece até aquelas coisas eletrônicas gravadas em um destes softwares para computador. Tudo muito monótono e sem nenhuma agressividade. 

Ok, este álbum vai tocar horrores nas rádios. Até porque todas as músicas parecem ter sido feitas com este único propósito. É como se tivesse sido projetado a partir de uma exigência comercial. Eu tenho grande respeito por Richie Sambora, como compositor, guitarrista e vocalista. Entretanto, não existe brilho algum nos riffs deste álbum, é tudo muito comum, clichê, repetição das coisas mais aborrecidas que já fizeram antes.

Enfim, mesmo para um fã da banda, é um álbum difícil de aturar. Se eu não fosse escrever a respeito, ouviria uma vez, pulando várias faixas assim que chegasse no refrão e não ia nem me lembrar disso mais. Estou aqui ouvindo pela terceira vez só para ver se estou sendo justo na resenha e, acredite, é um exercício de paciência chegar ao final. Veja bem, não e´que o álbum seja uma "porcaria" total. Algumas músicas ficariam muito bem em outros álbuns da banda, junto com outras músicas com uma levada mais empolgante. Mas um álbum inteiro com 50 minutos assim não dá, é simplesmente cansativo demais. Ah, as faixas bônus? Esqueça! São ainda mais chatos que o resto do álbum.





Músicas 

01. Because we Can 
02. I'm With You
03. What About Now 
04. Pictures Of You 
05. Amen
06. That's What The Water Made Me 
07. What's Left Of Me 
08. Army Of One
09. Thick As thieves
10. Beautiful World
11. Room At The end Of The World
12. The Fighter
13. With These Two Hands (deluxe version bonus track)
14. Not Running Anymore (deluxe version bonus track)
15. Old Habits die Hard (deluxe version bonus track)
16. Every Road Leads Home To You (deluxe version bonus track)

Músicos

Jon Bon Jovi – vocais, guitarra
Richie Sambora – guitarra, vocais de apoio
Tico Torres – bateria
David Bryan – teclado, vocais de apoio
Hugh McDonald – baixo, vocais de apoio

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